02 dezembro 2008

Esboço de Vida

19º Capitulo

É tão difícil ser feliz, tão difícil sorrir quando uma lágrima cai, tão difícil não gritar quando o coração não se encontra.
Encontrei a felicidade quando decidi que estava na hora de parar de lutar, mas depois descobri que os únicos momentos em que eu sinto-me verdadeira são os que passo ao lado do sonho da Felicidade.
Tenho todas as provas e mesmo assim continuo à procura daquela que não me restará duvida. Eu encontro-a e depois um vento sopra e torno-a a perder.
Sentia-me certamente infeliz em comparação à felicidade que sinto agora, mas antigamente, quando eu era passado, a vida rodava e eu não mudava. Percebes?
Sentia-me verdadeira, ainda que infeliz, em todos os momentos da vida. Adormecia sobre a promessa de um novo dia, e acordava sobre a promessa de uma nova noite.
A monotonia caracterizava-me, ainda que a esperança se apaga-se a cada segundo em que o futuro era encurtado. Até que chegou o dia em que as armas foram postas fora, em que desisti de sorrir na esperança da Felicidade.
Mas neste preciso momento tudo mudou, um olhar de futuro cresceu em mim, e voltei a sentir-me viva. Sentir-me eu.
T u és a música em mim, és o raio mais brilhante de sol que me faz acordar, és a razão porque acordo a sorrir e adormeço sobre os nossos momentos.
Um calor invade-me, uma vontade de ser feliz, algo em mim diz que a minha vida mudou. Foram momentos demasiados curtos, necessitaram de algo mais, uma continuação.
Fui feliz durante um longo período de tempo, o melhor da minha vida. Mas depois comecei a pertencer demasiado à felicidade e “eu” deixou de existir sozinho.
Aprendi o valor da sobrevivência pura, mas a vida foi quem ensinou-me a viver feliz, realizada ao lado daqueles que amo. E no fim aquele início viveu-se e o fim não demorou a tornar-se eterno.
Aquelas regras tão difíceis de perceber, as regras da vida, não deixaram de ser mais uma maneira de aprender a viver. As lágrimas correram, os braços taparam o rosto, mas o meu coração nunca deixou de acreditar na esperança da vida.
Pois, eu sei, percorri um extenso caminho, mas garanto que foi o mais curto da minha vida porque levou-me à felicidade.
Os percursos que fiz até à felicidade fizeram-me perceber que os caminhos mais árduos têm as melhores recompensas, não usei atalhos, corri por entre abismos em que só os habitantes do meu coração ajudaram-me.
Quando a corrida terminou ergui uma taça, uma taça feita de sonhos e felicidade.


Inpirado na Vida

I.P.
(Isabel Patricio)

1 comentário:

Bia disse...

Este capitulo foi lido de uma maneira diferente.......... Com uma aflição que ainda acalmava, aflição essa causada por ti, Isa.
Gostei muito!