Lenta e deliciosamente, o ar borbulha nos círculos viciosos construídos na pressa de enregelar as peles claras e medonhas que ostentam as criatura negramente alvas, qual monstro níveo corrompido. É um soberbo querer atingir! A delicadeza da dança dos pálidos flocos é contagiante! O pedaço de gelo em estado peculiar permanece levado, simples e feliz. A ele muitos se juntam, tal coreografia natural e singela. É um ser mais que ser, um existir magnificamente. É a natureza no seu estado humano, exibindo desdenhosamente a ideia cartesiana de que uma porção mais pura tem, certamente, mais possibilidades de ser real. Esta é a derradeira ostentação do meio que, assim, nos coloca na fogueira e nos faz desejar o toque cru, esplêndido e soberbo da estrela frígida que se passeia em nosso redor… O auge da beleza está, evidentemente, nesse estado incrível invernoso que faz sucumbir os pequenos pedaços de precipitação fria aos nus avanços do fel da amenidade inexistente. O Homem que ri do topo do mundo é um idiota, pois o singelo é o mais natural, o mais magnífico, já que, perante ele, a estrada ainda se mostra comprida, repleta de erros a cometer, de fantásticas oportunidades e vontades a cumprir. O floco niveamente congelado é, exatamente, a representação real da vida!
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