18 março 2012

Solitude

O coração dilacerado é corrompido
pelo fel da solidão morna e invejosa.
É um querer ser mais que um mito vivo,
um almejar ser criatura amorosa.

O sol que doira o lago ingénuo
e tão límpido, queima a juvenil
face que suporta o pleno
ardor do sofrimento infantil.

A abóbada desbotada, derrama
sobre os olhos apagados
a mais brutal e apaixonada chama.

A criatura toma os pulsos abandonados,
assume o poder e a força do ser que ama
e esquece  a dor dos como ela ignorados.

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