Dizem que as contradições constroem o mundo, mas será que não será isto, somente, o resultado da visão subjetiva de um Homem ambíguo?
O Homem é, por natureza, um estranho animal que difere dos seus semelhantes e descrimina os que não se assemelham. Quer ser único, mas adaptar-se sem perder particularidades. Quer viver numa simbiose em que não cooperar seria ideal. Quer atingir o patamar dos intocáveis, mas permanecer sozinho na tarefa do ócio. Quer amar, quer viver melhor e mais, mas não está disposto a sofrer e a perder um minuto para evitar a precipitação. Definitivamente, é contraditório no seu âmago, mas não chega de justificações? Uma moeda, mesmo com duas faces, não falha na sua missão. Decerto é insignificante em comparação com a estrada do Homem, mas é genérico o suficiente para se adaptar. Por sermos diferentes, podemos encaixar, sem perder singularidades, se enfrentar-mos os monstros da conformidade e ceder-mos os defeitos.
No final do percurso, seremos anjos, e não mais seres intermédios, cometas! O pó, progressivamente, eliminará o lado fraco e fortalecerá o lado magnífico. O ar manterá a particularidade do indivíduo. O ser, inicial, ambíguo torna-se-á num ser contraditório limado pela sociedade, que nos obriga a ceder e a contestar, a construir o nosso caráter. A contradição é apenas o motor para a verdadeira singularidade!
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