Da mesma forma que Se me pudesses ver agora me surpreendeu pela positiva, O outro eu fê-lo de forma menos aconselhável. Com efeito, esperava uma boa história cheia de mistério e, efetivamente, tive o secretismo que procurava, nos dois ou três primeiros capítulos!
Assim, o que a princípio me irritava pela confusão que fornecia tornou-se no ponto mais interessante, já que quando se dá a revelação de todo o enredo anterior – cedo de mais – pouco resta a desvendar.
Todavia, alimenta-se uma pequena história sobre contrabando e delatores e acaba-se, no final, por revelar mais uma obra filosófica do que literária!
O outro eu revela, portanto, a existência de dois seres num só homem: a sombra de um pai que força um certo caráter e a sombra de uma personalidade crítica que atormenta o efeito paternal cobarde.
O final é curioso, mas, mesmo assim, desapontou-me, uma vez que nem o romance sobrevive, ascendendo, somente – e mais importante – o «eu» verdadeiro.
Com efeito, ressoa a naturalismo, ou, pelo menos, assemelha-se a uma reflexão sobre as consequências possíveis da hereditariedade e do meio, que no final são diluídas pela força de vontade própria. Um triunfo sobre a cobardia, aparentemente, impingida. Estranhamente consumível, apesar dos enormes capítulos. Uma obra para curiosos…
18 agosto 2012
O outro eu de Graham Greene
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