10 dezembro 2008

22º Capitulo

Aquele dia não terminou tão bem como começou, porque apesar de Rita saber que amava Diogo agora crescia na sua cabeça uma espécie de dúvidas.
Ela perguntava-se como era possível aquilo estar a acontecer? Como seriam os seus próximos dias? Mas principalmente ela perguntava-se se seriam reais os sentimentos dele por ela? Eram perguntas que atormentavam a sua mente, e sobretudo a última fazia com que a felicidade não estivesse totalmente a existir.
Mas os dias passavam e a vida continuava, agora estas duvidas tinham sido esquecidas, ou pelo menos Rita tentava esquece-las. Um dia estava a conversar com uma amiga:
-Queria que experimentasses esta sensação. A sensação mais feliz do mundo. Ser correspondida é algo novo mas não abdicaria desta sensação por nada, percebes? – Ela dizia estas palavras com uma alegria na voz e um brilho nos olhos completamente novos.
- Sim, já vi que estás muito feliz. Não quero estragar o momento, mas posso confessar uma coisa que me anda a atormentar? – A amiga, chamada Margarida, era de certa forma sincera em tudo o que dizia, e representava para Rita uma fonte de verdade – Bem, eu não acredito que o Diogo goste de ti.
- Porque não acreditas? – Rita sentia-se de momento sem chão.
- Na verdade esta história aconteceu tão rapidamente que me parece irreal. Primeiro ele nem sequer sabia que tu existias e acontece que uma semana depois de saber que tu estavas apaixonada por ele, misteriosamente ele diz-se apaixonado também.
O mundo de Rita desabou com estas ultimas palavras, ela fingiu um sorriso e respondeu:
-Bem, penso também assim, e tenho as mesmas dúvidas.
Ao longe apareceu a mãe de Rita que acenou à rapariga para ela ir para o carro.
-Adeus, não te sintas culpada se me vires a chorar - continuou ela.
- Adeus - despediu-se Margarida.
As ruas iam passando e Rita sentia-se enganada, como que todos os últimos momentos de felicidade fossem os mais falsos da sua vida.
Chegou à noite e Rita foi deitar-se. Deitada na almofada, ela começou a pensar em tudo o que tinha ouvido, em tudo o que tinha vivido e de repente sentiu-se morta. As lágrimas escaparam e correram de uma forma que nunca tinha chorado.
Os últimos dias tinham sido os mais felizes da vida daquela adolescente, pela primeira vez na sua vida tinha a possibilidade de ser feliz porque era correspondida.
Mas como numa representação grega, em que as máscaras escondem os verdadeiros rostos, aqueles momentos tinham sido apenas encenados.
Aquela paixão que Rita sentia quando estava com Diogo era inquestionável, mas depois de ouvir as duras palavras da boca de Margarida, ela simplesmente não acreditava mais na autenticidade dos momentos e dos sentimentos.
Ela chorava e quanto mais tentava esquecer e tentar adormecer, mais sentia um aperto no coração. Era uma das novas sensações que ela experimentava, uma sensação tão inexplicável como tão duramente duradoura.

Inspirado no Destino

I.P.
(Isabel Patrício)

1 comentário:

Bia disse...

Capítulo interessante que nos faz pensar no destino. Por vezes penso como duas pessoas se apaixonam uma pela outra? As duas. Encruzilhadas do destino....