A inocência está vítrea e nua,
respirando o ar corrompido do mundo.
A paixão está enganando a saudade sua,
tentando ascender do terrível fundo.
Oh, seres antagónicos! Qual paixão
sobrevive na idílica ignorância?
Qual ser inocente resiste à tentação
mundana de amar a exuberância?
O anjo beija a simplicidade,
mas devora o cálice da imortalidade.
O anjo é, facilmente, mundano.
O Homem ergue a mortalidade
como troféu, despreza a felicidade.
Jamais abandona o caráter insano.
O anjo torna-se Homem
e o Homem é sempre o infeliz
a quem o mundo tudo desdiz.
Ah, para quê ser humano?
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