É facilmente reconhecível pelos que integram a relação. Sim, não é difícil perceber que o frio assombrou a interação entre duas criaturas que antes festejavam a sua ligação na amenidade. É, contudo, repleto de hipocrisia. O ser que trai a criatura devota finge não se passar nada! Afasta-a, aproxima-a, diz continuar semelhante… A criatura abandonada espera e aguarda, cega e desespera. Efervesce com a traição, mas nada faz. E os demónios que sequestraram o ser traidor são odiados, profundamente. O próprio ser é abominado, intrinsecamente. Para todos os esforços da criatura que está a ser empurrada, há sempre a interação odiosa dos demónios. Sim, eles sufocam o pouco ar e o pouco carinho originalmente existentes. A criatura, tão forte como sempre fora, ignora pela primeira fez o dito ser amigo e mata-o, internamente. Acabou! A anterior relação quebrou-se até à mais profunda raiz… O antes abandonado torna-se o senhor supremo e abandona, derradeiramente, o lar corrompido do ser, agora, odiado. O fim é acompanhado, assim, de mil trovões de inimizade e de impossibilidades de reatar. Prova-se, deste modo, que ignorar um problema só o faz crescer, pois se o ser odiado tivesse rompido inicialmente, poupando ódio à criatura, seria, talvez, menos detestado e pelo menos manteria limpo o morno passado da interação.
A solidão de ambos os seres...Solitude de Alexander Harrison
Sem comentários:
Enviar um comentário