21 julho 2012

Crescer é um labirinto cruel...

Quando, ainda, somos sustentados pela magia de querer ser imortais, as escolhas mais difíceis assemelham-se, demasiadamente, a estradas inevitáveis e, por isso, mais fáceis de seguir. Foi assim que construí  toda esta vontade de suceder...
Todavia, a idade é cruel e transforma esta força num imenso medo de arriscar, de partir, deixando para trás o berço e o reino da imortalidade precoce. Chega demasiado cedo o momento de voar, já que as nossas asas são ainda somente bonitas e promissoras, não capazes!
É evidente que os sonhos são os mesmos, que a vontade de ser incontornável é gigante, mas o desejo de permanecer indefesa e sonhadora, apenas, é tão notório como o de esquecer o medo.
Contudo, nunca é uma luta justa. Como pode o pássaro escolher entre o ninho e o pôr do sol? Almeja o segundo, porém ama, desesperadamente, o primeiro.
Esqueçam os primeiros amores, a adolescência é tramada por diversas outras razões... Crescer é o mais cruel labirinto que se me apresentou!
Ser excepcional é um desejo gritante e sufocador, uma vez que, irremediavelmente, a criança vai ter de abandonar o magnífico leito derramado e morno que a acolheu e criou. O crescimento é, portanto, certo monstro devorador de confiança e conforto...
Suceder exige abandonar o conhecido, saltar sem a certeza da concretização. Exige sofrer por uma felicidade incerta e demasiado distante para se almejar ainda!

Sem comentários: