Quando o trouxe para casa, não esperava que me conquistasse de forma tão massiva como aconteceu. Se me pudesses ver agora é uma incrível história que nos mostra com certa inocência infantil o imenso poder de ter esperança, de rir, sorrir e amar. Revela um sonho destroçado pelo crescimento, pela aquisição de faculdades comunicativas. Com efeito, apresenta Elizabeth Egan, uma mulher cujo passado traumatizou de tantas formas, mas que. mesmo assim, trabalha naquilo que ama e vive confortavelmente, apesar de o fazer numa vila que odeio e na qual se sente sufocada, e Ivan, um amigo imaginário.
São notórias semelhanças com PS: I love you – da mesma autora- principalmente, na brilhante capacidade de nos fazer rir, verdadeiramente, e chorar. Sentir cada emoção e cada lágrima de cada personagem. Além disso, trata o mesmo tipo de amor supremo e inatingível – perfeito –que é destroçado.
Todavia, por revelar toda a história de amor, todo o envolvimento e mostrar a relação genuína das personagens, transforma-se numa tragédia ainda mais bonita.
Simples, pequeno e consumível. Passou de desconhecido a preferido. Brilhante! Fácil de devorar e, apesar disso, bem construído, cheio de mistério, humor e carinho. A ler e, definitivamente, reler…
Aqui ficam dois dos meus excertos preferidos:
«Mas quando o coração se parte, isso acontece no mais profundo silêncio. (…)ruge como uma mãe ursa cuja cria lhe tivesse sido tirada. É isso que parece e é assim que soa, uma grande fera que se debate em pânico por se sentir presa, bramindo como um prisioneiro que quer gritar o que sente.»
E as últimas palavras:
«Eu vejo sempre o lado positivo das coisas. Digo sempre que em cada nuvem existe sempre um raio de luz, mas a bem da verdade (…) por instantes debati-me com a minha experiência com Elizabeth. Não conseguia perceber o que ganhara, a única coisa que conseguia ver era que tê-la perdido era como olhar para uma grande nuvem escura bem carregada. Mas depois percebi que, à medida que os dias iam passando e eu pensava nela em cada segundo e sorria, tê-la conhecido, conhecê-la e, acima de tudo, amá-la era o maior raio de luz de todos. Ela era melhor que pizza, melhor que azeitonas, melhor que sextas-feiras e melhor que rodopiar e até neste momento em que ela já não está connosco (…) de todos os meus amigos, Elizabeth Egan foi de longe a minha preferida.»
Sem comentários:
Enviar um comentário