Desta vez, decidi arriscar e ler a obra na versão original, isto é, no idioma em que foi escrita e, assim, apreciar toda a sua grandeza. Apesar de ter pensado vir a ser difícil, a tarefa revelou-se, somente, deliciosa.
Quanto a Sensibilidade e bom senso, embora siga a regra de delicadeza de narração e genialidade de enredo, revelou-se a mais triste das obra austenianas.
No final do filme Becoming Jane –que retrata parte da vida da autora – declara-se que Austem pensara em dotar todas as suas heroínas com um final feliz, já que ela própria nunca o viveu. Sim, as personagens desta obra seguem esse rumo de felicidade, mas o leitor permanece sedento pela paixão e felicidade idílica, que todas os outros romances da autora derramam. Com efeito, Marianne, apesar de obter alegria conjugal, nunca atinge um estado comparativo ao da própria irmã. Quer pelo caráter de Willoughby, quer pelo próprio rumo dos eventos, outro final era impensável. E, mesmo assim, pouco carinho se dedica a Brandon, o que, de certo modo, resulta num estado morno.
Todavia, Sensibilidade e bom senso é, obviamente notável e a sua história atraente. Portanto, é, completamente, recomendável… apesar de não se mostrar a mais feliz no seu desfecho.
Quanto à experiência de ler uma obra numa língua que não a materna, revela-se muito enriquecedora, uma vez que nos fornece um amplo vocabulário e várias oportunidades de nos deleitarmos com leituras em voz alta, que, assim, melhoram a fluência do discurso.
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