02 setembro 2012

Why Can’t I Stop Thinking About You?!

É, ridiculamente, simples: cada átomo do meu ser associa toda e qualquer memória a outra existência. Depois de quatro anos de dormência plena, o despertar ruge, furiosamente!
Pela estrada se desbotam pedaços da minha criatura, pinta-se o percurso com o ser próprio, torna-se seu! Já não é uma batalha, é um conflito interior, uma vontade estranha. O espaço já sou eu, a minha essência tresanda! Num momento estou no topo, e neste momento estou no pó que me moldou… As minhas formas desfiguram-se. Assemelho-e a nada, e nada é muito. A minha própria respiração é condicional… a minha força interior é fraca! De repente, eu já não existo! Agora, e por uns dias de combate, sou uma marioneta desta emoção repentina e doida, que se mostra incontrolável.
Pelo fim da semana, serei tão morna como ontem, mas hoje sou menos dormente, pelo menos! A tempestade é tão efémera, que não me preocupa. Derrama, todavia, na minha alma a estúpida vontade de a alimentar. Esquece, tempestade! Eu venço sempre. Sou a senhora de todas as tuas possibilidades. E, no entanto, desejo, profundamente, não o ser!
Com o olhar que me dedicas acendi o maior incêndio dos últimos tempos… Eu sei como extingui-lo. Não quero, mas irá desaparecer, rapidamente: não há muito para consumir, já só restam tentativas ocas. Entretanto, deturpas-me as faculdades, gritas-me e massacras a minha tranquilidade doentia.
Prometi que não ia cair e caí. Sei como esquecer a queda, mas a dor é tão deliciosa. Sinto-me um espectro de um vampiro – se isso fosse possível – que devora um ser, malha a nívea pele, os alvos lábios e, mesmo através de toda esta confusão, sorri satisfeito e faminto: sempre mais, e mais é pouco!
Uma eternidade seria insuficiente para remover essa minha capacidade destruidora. Tu pareces inibi-la, mas não aniquilá-la. Em poucos dias, tu morres, eu volto ao céu e deixo o momentâneo e feliz inferno das criaturas felizes…
Pelo caminho, vou tornar mais rija a minha proteção. No teu próximo olhar, já não estarei exposta aos teus encantos, aos teus brilhantes sorrisos, à tua constante procura… Vou sentir-me indiferente e encarar o nosso encontro como um mero acaso, que agora sinto como extraordinário!

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