21 agosto 2013

College Countdown: Day Twenty


Viajante do Tempo

É engraçado constatar como o tempo passa e nos despreza, nos deixa iguais ao que sempre fomos: infantis e inadequados.
Este ano, já passei várias vezes por este local, mas só ontem, quando estava a tirar a foto de bicicleta (ver aqui), percebi que este não era nenhum lugar novo ou reparado pela primeira vez. Na verdade, lembrei-me dele como um sítio tomado, secretamento, como paisagem de eleição, numa infância distante.
Bem, recordo-me de em criança passear pelo mesmo caminho e de adorar toda a espontaneidade deste lugar, aparentemente, esquecido. Lembro-me de o ver florir, fingindo uma colina mágica com plantas pintadas da mistura perfeita entre um céu infinito e as mais bonitas uvas roxo escuro que marcaram os meus primeiros dias estivais.
No fim dos dias de férias grandes, nas últimas caminhadas, já pouco restava do seu esplendor. Então, o cenário magnífico despedia-se e esperava-me, no próximo ano. 
Ontem, quando repousava sob o manto estrelar, quase que viajei no tempo ao recordar tais detalhes... e depois lembrei-me que o tempo é uma ilusão que nos faz eternas crianças, profundamente, conectadas a lugares, pessoas, cheiros e sabores. É uma inexorável brincadeira infantil que nos transforma em seres condicionados por tempos passados, para sempre de livre e alegre vontade.
Depois fitei-me e encontrei a mesma menina que se divertia na beira do passeio e se equilibrava, adivinhando o que lhe traria o vento e o destino.
São estas recordações que tingem o tecido trivial da vida... quais são as suas?

Inspirado na vida,
IP

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