05 dezembro 2008

Esboço de Vida

20º Capitulo

A historia já ia longe, na verdade as palavras já se esgotavam, os olhares já nem sequer suscitavam vibrações, bem as introduções à vida já eram longas, as ideias tornavam-se escassas, como que impossíveis de captar.
Apresento Rita, bem era difícil para Rita fazer apresentações, ela mostrava-se simplesmente transparente. Adolescente, como todas nós um dia, Rita procurava um amor que lhe fizesse esquecer tudo o que um dia havia sofrido.
O passado amoroso dela pode-se dizer não muito feliz, desilusões, histórias com finais não propriamente felizes, mas uma esperança dentro de si mantinha-se viva, ela sabia que o seu dia de ser feliz havia de chegar.
Quem nunca sofreu por esperar? Quem nunca desejou que algo acontecesse e a vida simplesmente parava à espera não sei de quê para avançar.
Vivia-se um destes momentos no coração desta pobre rapariga. Pobre? Bem, não propriamente, descendente de uma família que havia crescido na vida, subido por assim dizer, podia-se considerar uma rapariga afortunada pelo facto de ter crescido sem nunca sentir falta de nada.
Bem, a vida corria normalmente, um vento fustigava por entra os recantos da vida abanando todas as emoções deixando-as de certa forma sensíveis.
Era dia de festa na casa de Rita, bolos haviam sido preparados, mesas haviam sido enfeitadas, porem ela mostrava-se indiferente à alegria que se fazia sentir pelo ar.
Decidiu sair, foi apanhar ar, tentar ver a vida de uma outra forma, daquela em que o coração era esquecido. Pessoas passavam pela rua, ostentando sorrisos verdadeiramente invejáveis, ela olhava-as de uma forma como que nunca se tivesse sentido daquela maneira, uma maneira de ser autenticamente feliz.
O dia passou e aquela sensação de vazio continuava.
Até que um dia a sua vida mudou. Deixou de tentar ser feliz e neste momento reparou que existiam mais pessoas no mundo do que pensava. Olhou em procura de algo que lhe completasse mas não viu nada, nada além daquele olhar que a apaixonou, aquele olhar que fez dela a mais feliz das adolescentes.
Os dias passavam e aumentava a certeza de que aquele era a sua cara-metade, era ele que a completaria e preencheria o vazio que se fazia sentir no coração de Rita.
Aquelas tempestades que se fazem sentir tantas vezes e tão poucas têm razão, aquelas nuvens que nos fazem descobrir o outro lado da vida, ou aqueles raios de sol que vêm após esta tempestade, aqueles incomparáveis que nos fazem sorrir e descobrir uma nova esperança de viver.
Rita olhava para ele e ele olhava para ela, os olhares eram unidos como que estivessem destinados a acontecer. Pouco tempo depois do primeiro olhar uma amiga de Rita descobri os sentimentos dela e disse ao rapaz, desde então um esperança nunca sentida por Rita avivou-se.
Ele agora olhava para ela tantas vezes que nem se contavam, eles olhavam-se apaixonadamente mas continuavam separados. Havia momentos em que era impossível de negar a ligação entre eles, mas outros em que a vida separava-os.
Estas histórias tão belas mas os finais continuam sendo tão negros, tão incertos. Parecia mais uma destas histórias, daquelas em que o amor não é o principal, daquelas em que o amor apesar de ser perfeito continua causando lágrimas.

Inspirado no Amor

I.P.
(Isabel Patrício)

1 comentário:

Bia disse...

Mudaste o rumo da história, e começa a ficar interessante. Não leio este livro como os outros. "Devoro-o" é certo, e isso faço a todos, mas não o leio de seguida. Leio por partes, no meio de outros livros, mas isso não me impede de me apaixonar pela história. Ansiosa por ver próximo capítulo.