Esboço de Vida

25º Capitulo

Tantas valsas tem a vida, tantos sons têm os momentos, olhares que transbordam músicas infinitas. Histórias tão felizes seguem aquelas tão tristes.
O valor das almas reside na sua importância para com a vida, reside no lugar que ocupamos no coração de alguém.
Rita caminhava pela escola, cabeça erguida, sorriso aberto e olhava em redor. Num momento ouviu:
- Hei! Rapariga de rosa – a voz chamava-a e ela virou-se – quero perguntar se andas com o Diogo? - A rapariga não era bonita, mas também não se entendia por feia, parecia inquieta pela resposta.
-Sim – respondeu Rita.
- Namoras com ele? – A rapariga vinha com uma amiga e esta quando ouviu a pergunta puxou-a para trás e disse que era óbvio.
Os sentimentos de Rita transtornaram-se, ela ficou distante, naquele mundo só dela, tão equilibrado mas tão perturbado pelo mundo comum a todos nós.
Sem se aperceber Rita caminhava em direcção à sala, com o sorriso cerrado, com o olhar distante, com a dúvida invadida na sua mente.
Aqueles momentos de rumo foram tormentosos, ela percebia que podia perder Diogo e agora sentia um medo a invadi-la. Seria agora o fim? Iria perder para a outra jogadora?
Sentiu alguém a puxar o seu ombro:
- Então, ias a fugir de mim? – Era Diogo quem estava ali.
Existiram tantos momentos em que Rita desejava estar com ele, esperava as horas com ele ansiosa, mas aquele era o momento em que ela queria refugiar-se no seu mundo, queria esquecer a sua existência e apenas interrogar o mundo, interrogar a felicidade e o futuro.
-Desculpa, não te vi chegar – ela não abriu o sorriso habitual e ele notou isso.
- E então que aconteceu ao sorriso, fugiu?
-Preciso de perguntar uma coisa? – Ignorou a recente pergunta dele fazendo com que uma preocupação fizesse acelerar o coração do rapaz.
-Passa-se algo, eu sei, eu sinto. Claro que podes. – Disse ele com imensa firmeza.
-Sabias que uma outra rapariga gostava de ti? Tenho razões para me preocupar? – Eram as perguntas que ecoavam na cabeça de Rita.
-O ano passado, muito antes de te conhecer, uma rapariga disse que gostava de mim, mas eu disse que ela não significava nada para mim, nem nunca ia significar. Não tens razões para te preocupar, porque como já disse só tenho olhos para ti. – Rita sentia-se importante com aquelas palavras, apetecia abraçar Diogo e dizer que o amava, mas simplesmente disse:
-És muito especial para mim, realmente especial. Está bem. – Agora sim o seu sorriso abriu-se.
-Assim está melhor – e com estas últimas palavras beijou-lhe o canto da boca.
Rita percebeu o quanto era importante para ele, e que lugar ocupava na sua vida e no seu coração. Aquelas dúvidas eram tão sem razão, já não existiam, não depois daquelas palavras.
Cada dia com Diogo era um dia novo, uma nova maneira de viver, ele surpreendia-a a cada momento que passava, as suas palavras deixavam-na cada vez mais apaixonada e cada vez mais com certeza que ele estava apaixonado por ela.

Inspirado na Vida

I.P.
(Isabel Patricio)