14 fevereiro 2009

Esboço de Vida

28º Capitulo

2 Anos depois…

Há muito que Diogo partira, à muito que a vida deixara de fazer sentido para Rita, mas pela primeira vez em dois anos ela própria conseguia sorrir à vida.
A adolescência ainda agora estava no fim, agora as ideias começavam a clarificar-se, como que um período de neblina tivesse acabado de passar e os primeiros raios de sol começavam a espreitar.
Quando olhava para o passado com Diogo via-o como uma história feliz que acabara com um final triste, já não existia desespero e aflição no coração de Rita.
Amor? Bem, Diogo já fazia parte de um imenso passado, mas amor nunca mais tinha sentido. Tinha encontrado na amizade um novo sorriso.
Ela mudou de escola fazia uma semana, tudo era novo, a vida era completamente estranha, era uma nova oportunidade.
-E agora turma, apresento-vos a nova aluna, Rita Albuquerque, vem de Évora, espero que a saibam acolher. – A directora era uma mulher fantástica, simpática, bonita e acima de tudo feliz.
Uma semana após a apresentação de Rita, esta já tinha encontrado várias amigas, uma em especial, Kate. Kate era uma menina de Inglaterra, tinha chegado à escola à dois anos, era baixa, mas magra, cabelo castanho claro, pele clara, podia-se falar dela como sendo inteligente, era acima de tudo racional e simpática.
- Olá! Chamo-me Kate. Vim de Inglaterra, mas sempre falei português então queres vir estudar comigo para a biblioteca?
-Quero – sorriu – os meus pais mudaram -se para cá porque encontramos uma casa magnífica, foi difícil a adaptação, mas… e tu?
-Os meus pais eram de cá, emigraram e quiseram voltar, adoro isto cá.
-Bem, depois de estudar-mos, queres ir às compras?
-Adoraria, bem primeiro tenho de passar por casa, queres vir ou melhor…podes?
-Onde moras?
-Mesmo aqui ao lado da escola.
-Depois vamos a que centro comercial?
-Eu sou nova na ilha – riu – mas disseram-me que existe um muito bom ao lado da universidade.
-Está bem. Então vamos para a biblioteca.
Foi o primeiro de muitos diálogos. Kate adorava tanto como Rita ir às compras, ao cinema, ou simplesmente ficarem a falar horas.
Os dias e meses foram passando e rapidamente as raparigas tornaram-se grandes amigas.
-Desculpa, mas posso perguntar-te algo? – Apesar de serem super amigas, Kate respeitava o espaço de Rita.
-Diz, estás à vontade.
-Namorados…
-Já tive “aquele”, mas mudou-se, fiquei destroçada e esqueci o amor e tu?
- Nunca tive problemas, acabava quando já não gostava e essas coisas. Nunca amei, é verdade, mas também nunca chorei. E agora?
-Agora?
-Amas ou estás interessada?
-Não e tu?
-Sabes o Ricardo da nossa turma?
-Sim…
-É lindo, não é? Tem uns olhos, meus Deus.
-Ele parece estar interessado em ti.
-Achas? – disse sorrindo.
-Está sempre a olhar. Na verdade vocês são os dois lindos e merecem ser felizes.
- Eu não sei, parece que o amo, é estranho.
Pela primeira vez na vida Rita poderia ver uma história verdadeira de amor a começar. A sua fora vista por tantos olhares atentos, apesar de ter sido perfeita, o final… bem o final é passado.
-Então o Ricardo?
-Eu era nova na escola e ele foi a primeira pessoa que encontrei, foi super simpático, fantástico – os seus olhos brilhavam.
-Kate, és uma amiga fantástica, mereces ser feliz!
-Por favor não digas a ninguém.
-Está bem. Podes confiar em mim.
Aquela amizade era verdadeira. Margarida era especial, já fazia parte da família, mas Kate era diferente, elas eram tão iguais.
Os poucos meses que tinham passado tinham servido de união, esta era uma daquelas amizades eternas.

Inspiradérrimo*

I.P.
(Isabel Patrício)

2 comentários:

Anónimo disse...

Aí a vida. Agora sim estás mais inspirada do que o costume porque será? Mas os capítulos estão cada vez melhores. Continua assim. ah e cuidadinho na aula de moral atrás das cortinas,não sei,não sei.lol

Bia disse...

Adorei este capítulo. Acho que a Rita tem os mesmos gostos que tu...Agora i inspiração mudou, não?