18 outubro 2010

Afogam-se as saudades no licor derramado pelos nossos próprios olhos, enche-se o coração com queixumes e lamurias que não nos pertencem, sucumbem-se aos encantos dos verdes olhos, da carnuda paixão e da sonhadora tristeza.
Olha-se a lua e ela já não está. Apaga-se o céu e já não o conseguimos repor. Cometemos erro atrás de erro, caindo, temendo, sofrendo e não reagindo a quem somos!
Depois de tantos fonemas repetidos, repetimos de novo, e de novo não nos soa a nada, não se esvai o cal da alma para o rosto, não se petrifica a respiração!
Os cristais, no cima de Notre Dame, sendo lançados desgarridamente torre abaixo, desfazem-se no bater do encontro terreno. Nem Zéslios nem Aquilo os salvam, não os embebedam de novo, não os resguardam do mundo.
Acredita-se sem piar naquele que não vê, naquele que cria, no artista, mas se este fosse realmente cego não faria um mundo com três letras, com três tons ou com um punhado de argila. O artista é o ser que mais vê, que mais suporta e que mais sucumbe, anuí e desmente-se!
Nasce-se rico ou pobre, cria-se o império e no fim só aqueles que, como eu nada sabem, sobrevivem no pensar do saber, na reflexão. Isto não é Filosofia é arte!~

Todos os Dias são lindos até seres quem és, até saberes que não serás a Lua, não serás Marte, não serás Vénus em eclipse!
Inspirado na Vida
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1 comentário:

Anónimo disse...

"Cometemos erro atrás de erro(...)não reagindo a quem somos"
De facto, para que preciso eu de aprender a me expressar assim, se tu o fazes por mim?

B.R.*