Ontem, o céu disse-me que o mundo era um jogo,
que enevoava as índoles e mentia
sobre quem era e para onde ia,
que apenas deixava o fumo, como prova do fogo.
São de cristal os corações dos heróis temidos,
revestidos de cobre e coragem, de armaduras e desejos.
São de ferro os corações dos sonhadores mais conhecidos,
despojados de resistência e felicidade, de esperança e de pejos.
Os primeiros caem facilmente na paixão.
O sonhador procura furiosamente a inspiração,
abandonando o seu próprio almejo, o seu próprio coração.
O segundo sacrifica a criatura pela obra-prima,
deixando ao primeiro a glória e a função de fingir ser
quem não é. O mundo satisfeito, finalmente, dá, então, o seu parecer.
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1 comentário:
:)
Sais-te maravilhosamente com um modelo clássico!
Nunca pensei que escrever com imposições (estruturais, pelo menos) fosse para ti, mas provaste mais uma vez que és uma escritora prematuramente brilhante.
:P
B.R.
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