25 setembro 2013

Diário de Bordo: O primeiro orvalho...

 As primeiras nuvens negras

Não é um "Diário de Bordo" comum, já que, na verdade, não se tratou de uma tarde de exploração, mas sim de um passeio para dar as boas-vindas ao tempo outonal, depois de ter ficado encharcada a caminho de casa.
Surpresa das surpresas: o sol abrasador de um Agosto que se prolongou em demasia deixou-nos e, do nada, estou eu mergulhada com um simples cardigan nas primeiras chuvas de Setembro!

 Instantâneo

É, efetivamente, incrível como só esta tarde reparei que já povoam os relvados as magníficas folhas caídas...
Depois de alguns dias de quase horror ao calor insuportável, o Outono parece, finalmente, desmascarar-se.

 Little Treasure

 Mossy Season

Ainda sábado estive nos jardins da Gulbenkian, mas hoje, quando lá voltei, pareciam bastante mudados: troncos, deliciosamente, cobertos por musgo, folhas que abandonam as alturas e uma cor esmeralda sublime.

 Um lago predileto

Estou cá há, precisamente, dezasseis dias e, no decorrer deste curto - mas tão longo - período de tempo, encontrei um lugar especial: um pequeno Central Park a cinco minutos de casa.
Sinto-me, realmente, grata por poder passar qualquer momento nestes jardins extraordinários, mesmo aquele fim de tarde dedicado a um passeio para combater a preguiça.

 Posse

 Last Summery Songs

Este "caminho secundário", em breve, transformar-se-á numa bela coroa outonal. Mal posso esperar!

 Última Paragem: Campo Pequeno

Depois de uma tarde nublada, as nuvens parecem assemelhar-se à habitual despedida estival.
Porém, já se sente, definitivamente, uma brisa pouco trivial.

 Varanda

Eis que, ao passar pelo passeio, reparei nestas bonitas flores. É claro que não poderia deixar de as cristalizar e de as imergir no meu baú especial.

«Beauty is in the eye of the beholder»

Sim, sou aquela turista que para no meio do passeio para fotografar a calçada - ou, neste caso, o engradeamento da embaixada espanhola. Sou aquela visitante que admira as colunas e esquece os santos. Sou aquela deambulante que guarda as flores silvestres, enquanto tantos procuram, simplesmente, sentar-se no relvado, calmamente.
De facto, eu prefiro guardar dos sítios os pequenos detalhes. Prefiro memorizá-los como um todo recheado de pequenas subtilezas maravilhosas...Prefiro permanecer num passeio e observar o efeito magnífico das aves que, repentinamente, decidem fugir.
Talvez não tenha sido sempre assim. Nem sei. Agora, no entanto, jaz em mim esta criatura que me impõe a necessidade de sair à rua e conhecer, consumir mais e mais pormenores.
Afinal, a vida dilui-se em menos de nada e tudo o que nos resta são estas recordações, não é verdade?

Inspirado na vida,
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